A intervenção Carruagem provoca um questionamento sobre os problemas de mobilidade nos grandes centros urbanos.
Formada por uma réplica de uma carruagem imperial e por quatro cavalos esculpidos em escala real, a intervenção foi instalada a mais de 30 metros de altura no mastro da ponte Octávio Frias de Oliveira, na marginal Pinheiros, em São Paulo.
A obra comparava a velocidade média de deslocamento de um carro no trânsito paulistano no horário de pico com a velocidade de uma carruagem nos tempos do Império. Ambos movimentam-se a lentos 20 quilômetros por hora.
Trata-se de uma apropriação da arquitetura do mais recente cartão-postal da metrópole para denunciar a transformação da paisagem urbana e criar um novo olhar sobre a cidade.
Durante a exposição, desafiei Ingo Hoffmann – o maior piloto brasileiro de Stock Car – para uma corrida inusitada.
Eu conduzia uma carruagem puxada por um cavalo lusitano na ciclovia às margens do rio Pinheiros, e Hoffmann pilotava um carro esportivo na pista expressa da marginal. O resultado foi um empate técnico.
Para mim, a carruagem é o símbolo mais adequado para representar a mobilidade nas ruas de São Paulo.
Ferro, madeira, resina, tinta automotiva, manequim e couro
2,50 x 10 x 3 m
Foto: Rogério Canella